Publicado a 2 de Junho de 2015, em Cuidados de Saúde

O vaivém para a casa de banho

Uma em cada 4 mulheres pode vir a ter, em alguma altura da vida, uma infeção urinária. Os sintomas são conhecidos: vontade constante de ir ao WC (mesmo quando a bexiga está vazia), ardor ao urinar, urina com cheiro forte e por vezes com cor alaranjada ou rosada (sinal de sangue e de que deve consultar o médico rapidamente). A culpada mais comum é a bactéria E. Coli que pode ‘viajar’ das fezes para o seu tracto urinário inadvertidamente.

O que pode fazer para nunca integrar a estatística? Dizemos-lhe já a seguir:

  • Mantenha bons hábitos de higiene. É importante saber que se deve limpar sempre da frente para trás.
  • Cuidado com os produtos de lavagem. Se a falta de higiene pode dar origem a uma infeção urinária, a higiene com produtos perfumados e óleos de banho também, sobretudo se houver maior sensibilidade da sua parte.
  • Desaloje o bicho. Beba muitos líquidos. Seis a 8 copos de água são suficientes. Reduza o consumo de álcool e de cafeína, que podem ‘irritar’ a bexiga. Sempre que a Natureza chama, deve obedecer. Se está horas a ‘aguentar’ está a deixar que a bactéria tenha tempo para se desenvolver.
  • Atenção às relações sexuais. Faça chichi logo a seguir às relações sexuais. Não é nada romântico, é certo, mas uma infeção urinária ainda é menos.
  • Vista a roupa interior certa, ou seja, em tecidos de fibras naturais, que ajudam a manter a zona genital arejada e seca.

As cuecas fio dental são a raíz de todo o mal? 

Os estudos nunca conseguiram provar uma ligação direta deste tipo de roupa interior às infeções urinárias, mas a verdade é que muitas mulheres se queixam disso mesmo (e outras tantas que dizem que nada lhes sucede). Se isso acontece consigo, vale a pena ponderar os riscos. O problema deste tipo de roupa interior é que as bactérias fecais podem ser ‘levadas’ do reto para a vagina com um pequeno descuido. Aliás, se estiverem muito apertadas a fricção pode causar irritação e feridas que são uma via rápida para as infeções. Não lhe estamos a dizer para vestir as cuecas tipo avozinha, basta seguir as regras básicas de higiene e não as usar por regra. Se notar alguma irritação ou infeção não use este tipo de roupa interior até debelar o problema por completo.

Ai que não aguento!

Se esta frase já lhe passou pela cabeça várias vezes e o final não foi feliz (ou seja, teve um ‘acidente’) saiba que não está sozinha. […] Trata-se de uma patologia que faz com que as pessoas tenham dificuldade em armazenar e controlar a saída da urina e que dá origem a pequenas perdas involuntárias. Outro dos sinais de quem sofre de incontinência é também a necessidade de se levantar mais do que duas vezes durante a noite para ir à casa de banho. Tudo situações que podem provocar problemas pessoais e sociais, como vergonha, isolamento e depressão.

As causas das coisas

São vários os tipos de incontinência, mas destacam-se dois: a de esforço (quando há perdas pequenas de urina quando se tosse, ri, espirra ou faz exercício, por exemplo) e a incontinência de urgência ou imperiosidade, que, tal como o nome indica, surge de repente e é acompanhada por uma vontade súbita e urgente de ir ao WC.
Entre as causas deste problema de saúde há que distinguir as causas temporárias (ingestão de álcool, cafeína e outros diuréticos, líquidos em excesso, infeções urinárias, toma de medicamentos para a pressão arterial, o coração e gripe, assim como antidepressivos e relaxantes musculares) das causas permanentes (enfraquecimento dos músculos da bexiga, menopausa, músculos do pavimento pélvico enfraquecidos devido à gravidez e parto, histerectomias, lesões neurológicas causadas pela diabetes, Parkinson, esclerose múltipla, tumores…).

E, agora, as boas notícias!

O avanço científico nesta área foi tão grande nos últimos anos que 90% dos casos de incontinência têm tratamento. E para tal os pacientes têm à sua disposição desde alterações simples de comportamento (como evitar tabaco e alimentos que irritam a bexiga) a medicamentos, técnicas de reabilitação e cirurgias que implicam pouco ou nenhum internamento. Apesar da prevenção não ser possível em todos os casos, reduza as suas probabilidades mantendo uma vida saudável e fazendo os famosos exercícios Kegel!

A importância da cor

O tom da sua urina pode dar-lhe muita informação sobre o estado da sua saúde:

  • Transparente: É sinal que anda a beber muita água. É bom estar hidratada, mas não precisa de beber uma piscina.
  • Pérola translúcida: Normal, saudável e bem hidratada.
  • Amarelo transparente: Normal
  • Amarelo escuro: Normal, mas podia beber um pouco mais de água.
  • Cor de mel: O seu corpo não está bem hidratado, precisa de mais água.
  • Acastanhada: Beba mais água, o corpo está muito desidratado. Se mesmo bebendo mais água a cor não se altera, consulte um médico.
  • Rosa ou avermelhada: Se comeu há algumas horas beterraba, ruibarbo ou frutos vermelhos, é normal. Se não, é sinal que há sangue na urina, contacte o seu médico. Pode ser sinal de uma infeção urinária, problemas nos rins (na próstata, no caso do sexo masculino).
  • Cor de laranja: O mais provável é que está desidratada, mas também pode ser um problema no fígado ou nas vias biliares… ou comida com corante. Contacte o seu médico.
  • Verde ou azul: Pode ter a ver com algo que comeu e tinha corante. Pode ter a ver com a medicação que está a tomar, com uma bactéria ou sofrer de uma doença genética rara. Consulte o seu médico para resolver o mistério.
  • Com espuma: Pode ser apenas a reação da urina com um detergente que esteja na água da sanita, excesso de proteína na sua dieta ou doença renal. Procure um médico se acontecer muitas vezes.

Fonte: http://activa.sapo.pt/arquivo/2014-08-01-Como-prevenir-as-infeccoes-urinarias-e-a-incontinencia